Atividade Avaliativa de Arte...


 
 
Atividade Avaliativa de Arte.
 
3º ano Ensino Médio – 2013
 
 
Valor: 3 pontos                Data da Entrega: 18/09/2013
 
 
Análise artística da obra literária "O Retrato de Dorian Gray", de Oscar Wilde.
 
 
·         Leia atentamente o trecho a seguir, retirado do livro "O Retrato de Dorian Gray" e faça o que se pede:
 
"(...)
- Acabei - exclamou, por fim. E, curvando-se, escreveu o seu nome em grandes letras a vermelhão no canto esquerdo da tela.
Lord Henry aproximou-se e examinou o retrato. Era, de fato, uma obra de arte maravilhosa. A semelhança com o original era de igual modo extraordinária.
- Meu querido amigo, as minhas mais calorosas felicitações - disse ele. - É o mais belo retrato dos tempos modernos. Venha ver, Mr. Gray.
O jovem estremeceu, como se tivesse despertado de um sonho.
- Está realmente acabado? - murmurou, ao descer do estrado.
- Completamente - respondeu o pintor. - E você posou fantasticamente. Estou-lhe muitíssimo grato.
- Isso deve-se inteiramente a mim - interveio Lord Henry. - Não é assim, Mr. Gray?
Dorian não respondeu. Passou distraidamente diante do quadro e virou- se de frente para ele. Quando o viu, recuou e, por momentos, o rosto ruborizou-se-lhe de satisfação. Assomou-lhe aos olhos uma expressão de júbilo, como se se tivesse reconhecido pela primeira vez. Continuava imóvel e maravilhado, apercebendo-se vagamente de que Hallward estava a falar com ele, mas sem apreender o significado das palavras. A sensação da sua própria beleza surgiu-lhe como uma revelação. Nunca a sentira antes. Os elogios de Hallward pareceram-lhe sempre amáveis exageros provenientes da amizade que os unia. Escutara-os, rira-se deles e, depois, esquecera-os. Nunca haviam exercido nele qualquer influência. Depois, aparecera Lord Henry Wotton com o seu estranho discurso panegírico sobre a juventude e o prenúncio terrível da sua brevidade. Isso perturbara-o então, e agora, ao encarar o reflexo da sua beleza, toda a realidade da descrição acudiu-lhe subitamente ao espírito. De fato, havia de chegar o dia em que o rosto ficaria enrugado e mirrado, os olhos baços e sem cor, e a graciosidade das suas formas destruída e deformada. O vermelho vivo dos lábios desapareceria, e também o tom dourado do cabelo. A vida que teve, que Lhe criar a alma havia de desfigurar-lhe o corpo. Iria tornar-se horrendo, hediondo e grosseiro.
Ao pensar nisso, uma dolorosa angústia, acutilante como uma faca, fez vibrar cada fibra delicada do seu ser. O azul dos olhos passou a cor de ametista, e cobria-o uma névoa de lágrimas. Tinha a sensação de que uma mão de gelo lhe pousara no coração.
- Não gosta do retrato? - exclamou Hallward, por fim, um pouco melindrado com o silêncio do rapaz, sem compreender o significado desse silêncio.
- É claro que gosta - acudiu Lord Henry. - Quem não gostaria? É uma das coisas mais importantes da arte moderna. Dou por ele tudo o que me pedir, seja qual for o preço. Tem de ser meu.
- Mas ele não me pertence, Harry.
- De quem é, então?
- De Dorian, evidentemente - respondeu o pintor.
- Eis um homem de sorte!
- Que tristeza! - murmurou Dorian Gray, continuando a fitar o retrato. - Que tristeza! Vou ficar velho, e horrível, e medonho. Mas este retrato permanecerá eternamente jovem. Precisamente como neste dia de Junho. Se pudesse dar-se o inverso! Ser eu eternamente jovem e o retrato envelhecer!
Daria tudo para que isso acontecesse! Tudo o que há no mundo! Daria a própria alma!
- Um acordo desses não Lhe conviria nada, Basil – exclamou Lord Henry, rindo. - Seria uma desgraça para o seu trabalho.
- Eu opor-me-ia veementemente, Harry - disse Hallward.
Dorian Gray voltou-se e olhou para ele.
- Acredito que o faria, Basil. Você gosta mais da sua arte do que dos amigos. Para si, não passo de uma figura de bronze verde. Ou nem tanto.
O pintor arregalava os olhos de espanto. Aquele modo de falar não tinha nada a ver com Dorian. O que teria acontecido? Ele parecia tão irritado. Tinha a cara afogueada e as faces escaldantes.
- Sim - continuou ele -, para si, valho menos do que o seu Hermes de marfim, ou o seu Fauno de prata. Deles vai gostar sempre. E de mim, por quanto tempo irá gostar? Até aparecer a minha primeira ruga, suponho. Agora, sei que quando se perde a beleza, seja ela qual for, perde-se tudo. Isso foi o que o seu quadro me ensinou. Lord Henry Wotton tem toda a razão. A juventude é a única coisa que vale a pena ter. Quando eu verificar que estou a envelhecer, suicido-me.
Hallward empalideceu e agarrou-lhe a mão.
- Dorian! Dorian! - gritou ele -, não fale assim. Nunca tive um amigo como você, nem nunca terei. Não tem ciúmes de coisas materiais, pois não? Você é muito mais belo do que qualquer dessas coisas!
- Tenho ciúmes de tudo em que a beleza não morre. Tenho ciúmes do meu retrato que você pintou. Por que há de ele conservar o que eu tenho de perder? Cada momento que passa rouba-me algo, e dá-o a ele. Ah, se acontecesse ao contrário! Se o retrato pudesse mudar, e pudesse eu ser sempre como sou agora! Por que é que você o pintou? Um dia ele vai desdenhar-me... desdenhar-me terrivelmente.
Os olhos arrasaram-se de lágrimas escaldantes, retirou a mão violentamente e, atirando-se para cima do divã, enterrou a cara nas almofadas, como se estivesse a rezar.
- Isto é obra sua, Harry - disse o pintor, amargamente.
Lord Henry encolheu os ombros.
- Este é que é o verdadeiro Dorian Gray. É só isso.
- Não. Não é.
- Se não é, que tenho eu a ver com isso?
- Você devia ter saído quando lhe pedi - sussurrou ele.
- Eu fiquei quando você mo pediu - foi a resposta de Lord Henry.
- Harry, não posso começar a discutir ao mesmo tempo com os meus dois melhores amigos, mas de vocês dois, foi você que me fez odiar a mais bela obra de arte que já fiz, e vou destruí-la. O que é senão apenas um pedaço de tela e cor? Não vou deixar que se venha interpor nas nossas três vidas e estragá-las.
Dorian Gray levantou a sua cabeça loira da almofada e, de rosto pálido e os olhos com vestígios de lágrimas, olhou para o pintor, enquanto este se dirigia para a mesa de apoio, que se encontrava por baixo da alta janela de cortinas. Que fazia ele ali? Os seus dedos vasculhavam por entre a confusão de tubos de estanho e pincéis secos, à procura de alguma coisa. Lá estava ela, a comprida espátula com a sua lâmina fina de aço maleável. Finalmente, encontrara-a. Iria rasgar a tela.
Abafando um soluço, o rapaz levantou-se de um salto, e, correndo para Hallward, arrancou-lhe da mão a espátula e arremessou-a para o fundo do atelier.
(...)"
 
 
 
 
Ø  De acordo com nossos estudos em qual movimento artístico se encaixa essas páginas? Neoclassicismo? Realismo? Ou Romantismo?
Ø  Descreva o movimento e justifique sua resposta fazendo um paralelo entre as páginas lidas e o conteúdo, por nós abordado em sala de aula.
Ø  Mínimo 20 linhas – manuscrito.
 
 
 
 
 


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Trabalho avaliativo

Atenção aluno(a)s!

 

Na próxima aula, dia 13/09, teremos nosso segundo trabalho do bimestre com valor de 5,0 pontos.

Peço que não faltem e tragam:

·        as anotações do caderno;

·        os textos postados: Face à crise: quatro princípios e quatro virtudes; A ética do dia a dia - entrevista com o filósofo Peter Singer;  

Sei que vocês estão super atarefados, mas peço um esforço a mais de arrumarem um tempinho para ler esses textos e fazer alguns destaques para as partes consideradas mais importantes para vocês. Será de fundamental importância, para o trabalho a ser realizado, que venham com o conteúdo estudado. Lembrem-se de buscar no dicionário palavras desconhecidas – aproveitem para ampliar o vocabulário...

 

Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos!
Filipenses 4:4

 

Abraços,

 

Cida

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